Jorge Cruz esteve hoje nas Manhãs da 3 a promover o EP Saias:
«Eu gosto de escrever sobre coisas que permaneçam na vida. De vez em quando vale a pena também citar aquilo que está a acontecer agora e que não vai ser assim daqui a algum tempo. Mas saias haverá sempre, árvores haverá sempre e passarinhos também. Essa sensação de perceber melhor o nascer do dia e o pôr-do-sol, estar em contacto com coisas essenciais, para mim é muito importante.»
«O verdadeiro sol-e-dó (embora aqui seja um Lá Ré) é o que inspira o início de Diabo na Cruz, esse lado meio chula, popular. E depois o lado de beat band, em que Saias se transforma, meio anos 50, meio aquela cena rock'n'roll que a banda também é, acho que é uma música que representa bem a ideia da banda desde o início.»
«Diabo é uma banda que toca em sítios tipo Sabugal ou Fornos de Algodres. Essas pessoas estão a viver exactamente a mesma coisa que as pessoas aqui em Lisboa estão a viver. Vivemos num tempo em que estamos ligados à net e as coisas estão a acontecer em simultâneo. O Kendrick Lamar lança uma mixtape e toda a gente ouve no interior de Portugal no mesmo dia que em Nova Iorque.»
«Tentar provocar as ideias saloias é parte do ADN de Diabo. Havia uma certa herança de que a música portuguesa era triste. Diabo tentou sempre dar uma outra imagem da música portuguesa, procurar outras imagens, outras memórias. E também na relação que temos com o nosso público procurar outras memórias, quer nas vidas deles, quer nas nossas, para anos que se passaram a festejar música portuguesa.»
«Quem nos vir ao vivo sabe que é o único sítio onde pode ouvir aquele tipo de música no mundo inteiro. Não há mais nenhum sítio no mundo onde possam ouvir aquele tipo de música nessa noite. A música que fazemos não vai haver em mais lado nenhum porque só estamos ali naquela noite.»
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