21 fevereiro 2017

"É impossível pensar em Diabo na Cruz sem pensar na obra do Zeca Afonso"


Numa altura em que se assinalam os 30 anos da morte de José Afonso, a imprensa olha para as sementes que lançou na música portuguesa contemporânea. Em declarações à Lusa, o investigador João Carlos Callixto nomeia Diabo na Cruz como um dos herdeiros de José Afonso:
«Faz todo o sentido falar em herdeiros da música do Zeca Afonso. Acho que é mesmo impossível não falar, ao pensar na música portuguesa das últimas duas décadas e meia. (...) É impossível pensar em Deolinda, Diabo na Cruz e Criatura sem pensar na obra do Zeca Afonso. São projectos que têm este espírito que o Zeca Afonso tinha de mistura de várias referências, de preocupação com as letras. De, a nível musical, não se fechar dentro de uma gavetinha.»
Em 1994, Manuel Faria coordenou Filhos da Madrugada cantam José Afonso, um disco de homenagem com bandas como os Madredeus, Mão Morta, Xutos & Pontapés, Brigada Victor Jara ou Sitiados. Manuel Faria foi agora desafiado pela Lusa a pensar quem seriam hoje os Filhos da Madrugada e a imaginar uma nova e hipotética colectânea. O alinhamento que escolheu incluiria Diabo na Cruz, Clã, Capitão Fausto, The Soaked Lamb, Deolinda, Amor Electro, Virgem Suta, Memória de Peixe, D.A.M.A., Expensive Soul, Dead Combo, Linda Martini, Paus, noiserv, Samuel Úria, The Legendary Tigerman, Camané, Gisela João, Pedro Abrunhosa, Sam the Kid, Carlão, Sara Tavares e Marisa Monte.