29 abril 2016

Vídeo: Raquel Tavares - Meu Amor de Longe



Jorge Cruz é o autor (letra e música) de "Meu Amor de Longe", o novo single de Raquel Tavares. É o primeiro avanço do álbum Raquel, que chega às lojas no dia 6 de Maio e já está disponível em pré-venda na Fnac e no iTunes.

Além de Jorge Cruz, o álbum conta com composições de Caetano Veloso, António Zambujo, Miguel Araújo, Tiago Bettencourt, Rui Veloso e Mallú Magalhães, fados e poemas de Alfredo Marceneiro, Pedro Homem de Mello, João Dias, Carlos Rocha e Arlindo de Carvalho, e participações de Carlão, Rui Veloso, Rui Massena e António Serrano. O disco foi produzido por Fred Ferreira, João Pedro Ruela e Tiago Bettencourt.
Meu Amor de Longe - letra 
No Largo da Graça já nasceu o dia
Oiço um passarinho, vou roubar-lhe a melodia
Meu amor de longe ligou
Abençoada alegria 
Junto ao miradouro, pombos e estrangeiros
Vão a cirandar como fazem dia inteiro
Meu amor de longe já vem
Pôs carta no correio 
Barcos e gaivotas do Tejo
Vejam o que eu vejo, é o sol que vai brilhar
Meu amor de longe está
Prestes a chegar 
Talhado para mim
Mal o conheci, eu achei-o desse modo
Logo pude perceber
O fado que ia ter por ver nele o fado todo 
Chega de tragédias e desgraças
Tudo a tempo passa, não há nada a perder
Meu amor de longe voltou
Só para me ver 
Fiz um rol de planos para recebê-lo
Fui pintar as unhas, pôr tranças no cabelo
Meu amor de longe há-de vir
Beijar-me no Castelo 
Eu a procurá-lo, ele a vir afoito
Carro dos Prazeres, número 28
Meu amor de longe saltou
Iluminou a noite 
Vamos celebrar ao Bairro Alto
Madrugada, baile no Cais do Sodré
Meu amor de longe sabe bem
Como é que é 
Talhado para mim
Mal o conheci, eu achei-o desse modo
Logo pude perceber
O fado que ia ter por ver nele o fado todo 
Chega de tragédias e desgraças
Tudo a tempo passa, não há nada a perder
Meu amor de longe voltou
Só para me ver

28 abril 2016

Onde estavam no 11 de Dezembro de 2009?

O Gonçalo Cordeiro, que nos enviou esta imagem, presenciou uma noite importante na história de Diabo na Cruz. Este artefacto histórico impecavelmente conservado é o bilhete mágico que deu acesso a um dos primeiríssimos concertos de Diabo na Cruz. Mais concretamente no Musicbox, em Lisboa, na noite de 11 de Dezembro de 2009, a primeira apresentação oficial do álbum de estreia Virou!.

Segundo rezam os pergaminhos da história (ou pelo menos a internet), o Musicbox estava à pinha, o público encheu-se de orgulho a ouvir cantar assim em bom português, José Pedro Leitão dos Deolinda encontrava-se na plateia, Jónatas Pires d'Os Pontos Negros subiu ao palco e o concerto foi lindo, ai foi tão lindo.

Setlist 11/12/2009
O Regresso da Lebre
Tão Lindo
Dona Ligeirinha
Os Loucos Estão Certos
Bico de Um Prego
Casamento
Bom Tempo
Dom Fuas Roupinho
Canção do Monte
Corridinho de Verão
Fecha a Loja
-------------
Combate Com Batida
Dona Ligeirinha

Reportagens: Rua de Baixo | Altamont | Graziela Costa

Recordar é viver. Têm pedaços de memorabilia tão bons ou melhores que este? Enviem para: diabonacruzfas@gmail.com

27 abril 2016

Próximo concerto: Aveiro, 11 de Maio

O quê: Semana do Enterro da Universidade de Aveiro
Onde: Parque de Feiras e Exposições de Aveiro (ver mapa)
Quando: Na noite de 11 para 12 de Maio, depois das 00h45
Quanto: 10€ estudantes, 12€ não estudantes (comprar bilhetes)

25 abril 2016

Jorge Cruz: Música e Política na Antena 3


Num programa especial do 25 de Abril, Isilda Sanches convidou Jorge Cruz, Pedro Adão e Silva e Pedro Ayres Magalhães para uma conversa sobre música e política, onde cada convidado escolheu canções relacionadas com o tema. Podem ouvir aqui o debate e ler alguns excertos das intervenções de Jorge Cruz:



A música, a política e a liberdade
«Eu pude fazer um arco em relação ao que achava sobre o assunto na minha própria vida. É evidente que com 20 anos tinha uma relação com estas coisas um bocado Sartriana de carregar o peso da humanidade aos ombros e tudo o que eu fizesse era política, todas as minhas acções eram uma responsabilidade que eu tinha perante a humanidade. Eu meti isso na minha cabeça. Li franceses. Depois li americanos, ajudou-me. (risos) Eu acho que a liberdade da visão artística é fundamental, as obras que foram feitas com um sentido meramente político tenderam a sofrer muito mais com a erosão do tempo. Embora haja autores muito politizados, as grandes obras são sempre obras de artistas, e um artista deve procurar a liberdade da sua mente. E portanto é essa a liberdade que nós podemos admirar, mais do que ele prender-se a si próprio em ideologias.»

A relação com as editoras, o sistema de poder, a indústria
«Surgi numa altura em que o faça-você-mesmo em Portugal começou a tornar-se possível. Lancei muitas coisas eu próprio inicialmente. Cheguei a ter umas relações com editoras mas em que eu ainda não tinha confiança em mim próprio para poder impor a minha visão. (...) Um gajo como eu, como é que vai chegar a uma editora e: "Olhe, sou muito bonito, tenho uma excelente voz". São factores que fazem algumas pessoas serem contratadas, principalmente a voz. A voz é muito importante na música. Eu não tenho uma grande voz, mas tenho uma outra voz, uma voz interior. E, enquanto não a encontrei, não foi possível transmiti-la. Hoje em dia estou bastante confortável com ela. (...) Na minha relação com a indústria, principalmente há uns tempos atrás, era-me sugerido coisas como "tu és como o Pedro Ayres Magalhães, tu deverias escrever para outras pessoas cantarem, não sabes cantar". Nós não nos devemos adaptar à indústria. (...) Tem tudo a ver com o punk. Nós podemos abrir os portões para dizer o que temos a dizer.»

1ª escolha: Bob Dylan - Maggie's Farm
«Maggie's Farm é o momento em que o Dylan diz que não ao lugar onde o estavam a querer pôr, como voz de uma geração. E vai a Newport em 1965, faz um concerto famoso eléctrico em que deixa de ser visto como o cantor da folk e de protesto, como o homem do "Blowin' in the Wind" e "The Times They Are a-Changin'". E inscreve-se numa linha transcendentalista do Emerson, do Walt Whitman, dos beatniks, a paixão dele pela América é mais individualista. Criou uma nova maneira de fazer canções que depois vai influenciar tudo o que vem a seguir. Basicamente aquilo é um arrombar de portas que depois os brasileiros fazem com o Tropicalismo. E há outros exemplos.»

Zeca Afonso, muito mais que um cantor de intervenção
«Eu costumo dizer que o Zeca Afonso é o nosso Bob Dylan. De certo modo é, mas se calhar não totalmente nisto. Continuou sempre numa gaveta (mas o Dylan para algumas pessoas ainda continua), continua a ser visto como um cantor de intervenção e eu acho que é muito mais do que isso. Há grandes canções, o Redondo Vocábulo, quantas canções incríveis do Zeca como artista, puro artista, não têm nada a ver com política. Esse arrombar de portas não terá acontecido em Portugal e as coisas são feitas mais lentamente. Por isso é que passados uns 30 anos Diabo na Cruz ainda vive certos preconceitos, no lado oposto da barricada, como banda de esquerda que tem alguns vermelhos e amarelos, que tem o nome Diabo. Na Cruz. É um tipo de preconceito que tem a ver com pouca exposição à variedade, é só por ser diferente.»

2ª escolha: Madonna - Material Girl
«É das canções que melhor explica os tempos que correm. Se nós quisermos perceber qualquer fenómeno na nossa sociedade, a pergunta que temos que fazer é: quem é que está a ganhar dinheiro com isso? E a canção é sobre muitos rapazes que têm muitas qualidades, mas é só o que tiver mais dinheiro que ela vai escolher. Politicamente, a Madonna teve um papel muito importante para as mulheres, de certeza que é uma inspiração para muitas mulheres que fazem música menos mainstream, mas abriu grandes figurões. Ela foi um figurão daquela época que abriu uma data de portas. Isto é de um álbum chamado Like a Virgin, que também tem muito a ver com política porque só uma mulher que não é virgem pode apresentar-se com uma canção chamada Like a Virgin. E na política também não há virgens. E o Nile Rodgers é o produtor deste disco (isto tem uma secção rítmica fortíssima), que foi altamente prejudicado na queima dos discos [Disco Demolition Night], e que teve um grande revival recentemente a propósito dos Daft Punk.»

Concerto: Almada, 24 de Abril (vídeos)





Concerto: Almada, 24 de Abril (fotos)

Enviem as vossos fotos, vídeos e recordações para diabonacruzfas@gmail.com

Fotografias de Rui Pinto:
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Fotografias de José Matias:


Fotografias de Dulce Maria:

Fotografias de João Tereso e Rui Teixeira:


Fotografias de Rita Listing e José Matias:
 

Setlist por André Melão:

24 abril 2016

30 de Abril: Jorge Cruz no Sábado Guillul

Evento do mês? Tiago Guillul vai apresentar o novo álbum Bairro Janeiro rodeado de boa gente como Jorge Cruz, Samuel Úria, Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar), Manuel Fúria, Benjamim, Selma Uamusse, João Coração, Luís Severo e muitos mais. A maratona de estafetas acontece no dia 30 de Abril na Flur (Lisboa) das 12.00 às 20.00, com entrada livre. Jorge Cruz entra em cena às 19.00.

Hoje: Diabo na Cruz em Almada

A revolução de Abril celebra-se na margem sul do Tejo ao som de Diabo na Cruz. Na noite de 24 para 25 de Abril, depois do concerto dos UHF (22.00) e do fogo-de-artifício (24.00), os Diabo na Cruz sobem ao palco da Praça São João Baptista por volta das 24.30. A entrada é livre.

23 abril 2016

Saias: número 1 na Antena 3


É ver p'ra acreditar. O mais recente single de Diabo na Cruz chegou esta semana ao topo da tabela das canções mais votadas no top A3.30 da Antena 3. Votações aqui.

28 de Maio: Diabo na Cruz em Mortágua

A fechar o mês de Maio, os Diabo na Cruz vão até Mortágua, no distrito de Viseu. O concerto começa às 22.00 e acontece na ExpoMortágua, uma feira de Floresta, Bioenergia, Ambiente e Turismo (ver mapa). A entrada é gratuita.

Passatempo Saias EP (encerrado)

O passatempo está agora fechado, obrigada a todos os que participaram. Os 30 vencedores já foram contactados e receberão em casa um exemplar do EP Saias. Eram estas as respostas correctas às questões colocadas:

1. Quais os nomes de cada um dos seis membros de Diabo na Cruz? 
Jorge Cruz, Bernardo Barata, João Pinheiro, João Gil, Manuel Pinheiro, Sérgio Pires.

2. Qual foi a primeira canção do alinhamento do primeiro concerto de 2016 de Diabo na Cruz em Sesimbra? 
Heróis da Vila.

3. Que fenómeno de participação popular acontece quando a banda toca "Chegaram os Santos" ao vivo? 
Um comboio humano (a.k.a."comboinho”).

4. Em que romaria minhota acontece "Luzia"?
Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

5. Quem é o atleta alentejano referido na letra de "Duzentas Mil Horas"? 
Fernando Mamede, na linha "Sorte de Camilo, calma de Mamede".

6. Quem é o Luso Beat que fez o remix electrónico no EP Saias?
Luso Beat é Manuel Pinheiro, o homem das percussões e da electrónica em Diabo na Cruz.

7. Quem realizou a maioria dos vídeos de Diabo na Cruz?
Joana Faria. É a realizadora de Saias, Ganhar o Dia, Vida de Estrada e Luzia.

8. Que personagem desempenhado por Bruce Willis é referido em "Amélia"? 
John McClane em Assalto ao Arranha-Céus (Die Hard), na linha "Eu McClane, tu Barbarella".

9. Glória Margarida desanca em que obra de que escritor beirão?
Malhadinhas de Aquilino Ribeiro. "No foyer do Maria Matos/ Dei contigo a cortar no Malhadinhas" é a linha que abre o Armário da Glória.

10. Em quantas canções de Diabo na Cruz aparece a Lebre?
Cinco. A Lebre aparece n'O Regresso da Lebre, Tão Lindo, Fecha a Loja, Verde Milho e no fundo do Armário da Glória.

22 abril 2016

Sexta-feira 13, o Diabo anda à solta


Montalegre é o palco da maior celebração do dia mais supersticioso do ano. A única sexta-feira 13 deste ano acontece a 13 de Maio e o Diabo vai lá estar. O programa da Sexta-feira 13 de Montalegre já começou a ser divulgado — o concerto de Diabo na Cruz tem lugar na Praça do Município às 24.30, com entrada livre.

21 abril 2016

João Pinheiro no novo single de Flak


O novo single de Flak, músico fundador dos Rádio Macau e Micro Audio Waves, conta com João Pinheiro na bateria e a participação e produção de Benjamim. "De Azul em Azul" é a recriação de um tema do primeiro disco a solo de Flak, que vai ser reeditado este ano. Flak actua com a sua banda (que inclui o baterista João Pinheiro) no Musicbox (Lisboa) no dia 27 de Abril.

20 abril 2016

“Dia de Folga” nomeado para os Globos de Ouro


A canção que Jorge Cruz escreveu para Ana Moura está nomeada para um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música. Nomeados na mesma categoria estão também Dengaz, D.A.M.A. e Agir. Ana Moura está ainda nomeada na categoria de Melhor Intérprete Individual. Os vencedores serão revelados no dia 15 de Maio.

Ontem à noite, Ana Moura levou o "Dia de Folga" ao Cadogan Hall, em Londres, para uma plateia que incluiu ilustres como José Mourinho e Mick Jagger. O álbum Moura regressou esta semana à liderança da tabela de vendas nacional.

18 abril 2016

Passatempo: Saias EP



[Edit: O passatempo está fechado, os vencedores já foram contactados. Obrigada pelas participações! As respostas podem ser consultadas aqui.]

Há 30 exemplares do EP Saias para oferecer a quem conseguir responder a estas 10 questões. A respostas estão espalhadas por este blog — vejam também as letras, concertos e vídeos. Os 30 melhores classificados serão contactados via email na próxima semana e vão receber um EP em casa. Boa sorte!

17 abril 2016

Resultados: Melhor single do último álbum

Ganhar o Dia ganhou mesmo o dia. Com 32% dos votos, foi eleito melhor single do álbum Diabo na Cruz. Vida de Estrada (26%) esteve perto, tão perto de alcançar a vitória. Para trás ficou Saias (22%) e Moça Esquiva (18%).

16 abril 2016

8 de Agosto: Diabo na Cruz nos Açores

A Semana do Mar, na ilha do Faial, divulgou esta semana o programa completo da edição deste ano. No dia 8 de Agosto, os Diabo na Cruz sobem ao Palco Principal por volta das 23.30. Os concertos do Palco Principal são de entrada gratuita.

14 abril 2016

Jorge Cruz escreve novo fado de Raquel Tavares

"Meu Amor de Longe", com letra e música de Jorge Cruz, é o novo single de Raquel Tavares. É a canção que anuncia Raquel, o novo disco da fadista, que chega às lojas no dia 6 de Maio. "Meu Amor de Longe" foi estreada ao vivo no ano passado em Lisboa (ver vídeo) e esta noite em televisão no Jornal das 8 da TVI (ver vídeo).

Edit: O vídeo e a letra já podem ser vistos aqui. Mais sobre a Raquel Tavares aqui.

Diabo na Cruz em Aveiro: bilhetes à venda

Os Diabo na Cruz actuam na Semana do Enterro de Aveiro no dia 11 de Maio. A banda sobe ao palco do Parque de Feiras e Exposições por volta da meia-noite [edit: o horário foi alterado, o concerto começa depois das 00h45]. Os bilhetes custam 10€ para estudantes, 12€ para não estudantes e podem ser comprados na Bilheteira Online:

http://bol.pt/Comprar/Bilhetes/36035-semana_do_enterro_aveiro_2016_dia_11-parq_feiras_e_exp_aveiro/

13 abril 2016

Saias a rodar na imprensa brasileira (parte 2)


Um site brasileiro descobriu Diabo na Cruz e foi amor à primeira vista. Graças a Saias, o site Drop Music foi ouvir toda a discografia da banda e publicou este artigo:
«Ultimamente são pouquíssimas bandas que chamam minha atenção e que me façam passar o dia ouvindo suas músicas incansavelmente. Posso contar nos dedos de uma mão quem me fez “perder” tempo pesquisando sua história, vendo seus vídeos e divulgando nas redes sociais, e nunca espera que uma banda portuguesa estivesse entre essas poucas escolhidas. 
«E a Diabo na Cruz me fisgou de jeito desde que vi o belíssimo vídeo de Saias – o qual não canso de rever no Youtube. A banda nasceu em 2008 e já lançou três álbuns e três EPs - o último, com uma nova versão de Saias, acabou de ser lançado – em que misturam rock com a tradicional música portuguesa, principalmente o vira, o fado, mas também no que ficou conhecido como nacional-cançonetismo, com seu resgate de costumes portugueses, mas que também encontra eco no Brasil, principalmente no Nordeste brasileiro, muito influenciado pelo colonialismo português – ouça Combate com Batida –, o que faz com que o trabalho do sexteto tenha, mesmo que indiretamente, uma pequena ligação com o Brasil. 
«Apesar de ser uma banda pop, o Diabo na Cruz se arriscou em sonoridades levemente diferentes em seus três álbuns. Se lá no começo, em Virou! o flerte com o folclore português era um pouco mais forte – vide O Regresso da Lebre e Tão Lindo –, o grupo arriscou um som mais denso em Roque Popular, e voltou com força com um pop irônico e divertido em Diabo na Cruz, mas sem esquecer suas raízes, que são exatamente a “graça” do trabalho autoral da grupo. 
«O trabalho feito pelo Diabo na Cruz, lembra, em alguns momentos, a busca por novas sonoridades que bandas brasileiras trilharam nos anos 1990 e começo dos anos 2000. Um olhar para o regionalismo com o intuito de moderniza-lo e apresenta-lo para uma nova geração que pouco, ou nada, tem de ligação com seu passado, considerado antiquado e sem graça. 
«Pena que as poucas rádios brasileiras dedicadas ao rock não vão se interessar pelo trabalho desses portugueses, seria uma ótima oportunidade de dar novas caras, até mesmo, para o nosso rock brasileiro, tão interessado em copiar fórmulas batidas.»

12 abril 2016

Saias a rodar na imprensa brasileira


O novo single de Diabo na Cruz está a receber calor do povo irmão. O Brasil está atento a "Saias", o vídeo tem aparecido em sites como o Scream & Yell, Music on the Run ou a Revista O Grito!, onde se diz que Diabo na Cruz é a "perfeita fusão do rock e da música tradicional portuguesa".

09 abril 2016

O Dia de Folga de Jorge Cruz



"Dia de Folga" de Ana Moura, com letra e música de Jorge Cruz, está perto de atingir a marca dos 2 milhões de visualizações no YouTube. Foi o single que catapultou o álbum Moura, que atingiu a platina em apenas duas semanas. A canção de Jorge Cruz tem sido amplamente elogiada aqui e lá fora. No dia em que a vida de estrada de Ana Moura a leva à maior sala de espectáculos do país (Meo Arena), recordamos o que se diz de "Dia de Folga":

  • Blitz: «Uma destas estreias – a de Jorge Cruz – é particularmente brilhante. Em pouco mais de dois minutos, o homem forte dos Diabo na Cruz cria não só um dos melhores temas do álbum, como um dos singles mais contagiantes da música portuguesa recente. Letra e música, em tom divertido e ritmo acelerado, casam-se na perfeição, e a curta duração de "Dia de Folga" convida a audições consecutivas. Um vício quase pop, que representa uma das caras do disco: se Moura pretende ser um retrato da cantora portuguesa, ficamos tentados a dizer que "Dia de Folga" é o seu lado solar. (...) Eis uma Ana Moura feliz, festiva, castiça e, acima de tudo, confortável nesse registo.»
  • NPR: «If you know Portuguese music at all, you probably know the wistful, dark-hued, sadness-soaked music called fado. And one of fado's greatest stars is singer Ana Moura — heck, even Prince is a fan. Moura certainly knows how to work a song, and in her latest, "Dia De Folga" (Day Off), she applies her smoke-and-whisky contralto to something surprising: a tune as light and sweet as a French macaron. "There are so many reasons/for the sadness to take a day off," she sings — and pulls you into her sugar rush.»
  • Blitz: «Escrita por Jorge Cruz, dos Diabo na Cruz, Dia de Folga é um shot de energia ou, como bem escreveu a NPR, um sugar high que resulta, com alguma surpresa, numa das mais empolgantes canções pop dos últimos tempos.»
  • Financial Times: «For a Fadista, Ana Moura can sound surprisingly sunny: after the slow opening burn of “Moura Encantada”, “Fado Dançado” has a peppy bounce, and “Dia De Folga” a trotting stop-start country beat and handclaps.»
  • NYTimes: «sunny, rootsy pop music, like her strummy recent song “Dia de Folga,” which could almost pass on an Alison Krauss record.»
  • Ana Moura no Correio da Manhã: «Esta gente toda tem uma linguagem muito portuguesa, só que é uma linguagem muito actual e com a qual eu também me identifico muito. O ‘Dia de Folga’ não podia ser mais português, com todas aquelas personagens. Para mim, todos estes compositores têm uma veia fadista.»
  • Ana Moura na RTP: «O Dia de Folga é uma música bastante ritmada, é a música que encerra os meus concertos e encerra sempre em festa, as pessoas normalmente levantam-se e dançam. Aliás, eu convido as pessoas a dançar nessa música. Eu recebo imensos vídeos de pessoas a filmar os seus filhos em frente ao ecrã a cantar o Dia de Folga. É incrível.»

07 abril 2016

Próximo concerto: Almada, 24 de Abril

Quando: Na noite de 24 para 25 de Abril, às 24.30, depois do fogo-de-artifício
Onde: Praça São João Baptista em Almada (ver mapa)
O quê: Comemorações do 25 de Abril (ver programa)
Quanto: Entrada livre

Resultados da votação: melhor álbum

Os fãs decidiram, está decidido. A luta foi renhida até ao fim, mas Roque Popular (42%) acabou por ser votado como o melhor álbum de Diabo na Cruz. Bateu o álbum Diabo na Cruz (40%) por apenas 2 votos. Com apenas 18% dos votos, Virou! não teve qualquer hipótese.

• Nova votação: Melhor single do álbum Diabo na Cruz?

06 abril 2016

Entrevista: Jorge Cruz no Rádio Defusão

Jorge Cruz esteve à conversa com o podcast Rádio Defusão, escolheu umas canções, falou sobre música country, o novo EP, os concertos, o público de Diabo na Cruz e ainda mandou um shout-out aqui a este blog (obrigada ♥). Podem ouvir neste link e ler aqui alguns excertos:

Reedição do álbum Diabo na Cruz
«Vou ser mesmo sincero, as editoras é que depois aproveitam as oportunidades de haver vontade de lançar uns materiais novos. Eu por mim teria até feito uma coisa na internet e oferecido [o novo EP] em download separado e tal. Mas pronto, estamos metidos com gente muito fixe, que nos ajuda muito na promoção e no nome da banda a andar aí, e temos todo o gosto em cumprir com o que eles gostariam de fazer.»

O público de Diabo na Cruz
«Temos um público espectacular que faz competição para ganhar entre quem é que já viu 15 concertos e quem já viu 18. E que dá aquele ânimo, sabes? Às vezes chegas àquela noite e não sabes muito bem por que é que estás a fazer aquilo e vês aquele mesmo povo a fazer quilómetros e dizes pá, eu tenho de dar o meu máximo outra vez. Portanto, a maior gratidão a esse pessoal.»

Diabo na Cruz ao vivo
«Na verdade eu odeio tocar ao vivo, mas...! Não o resto da banda. Não, estou a brincar. Há um lado de mim que gosta de estar em casa a compor e não sei quê, não gosto de sair à noite, nunca gostei muito na verdade. Mas... quando entramos em palco, acontece algo que é Diabo na Cruz e é espectacular. Começa por ser espectacular para nós e penso que isso transmite para o público. (...) Não ver a banda ao vivo é um pouco não a conhecer. Eu acho que os nossos discos são uma tradução da nossa intenção, mas não são propriamente a nossa música. A nossa música é o que nós fazemos ao vivo.»

A música que ouvia antes de formar Diabo na Cruz
«Na altura eu era um groupiezinho de Gaiteiros de Lisboa, fui a 4 ou 5 concertos seguidos, como se calhar hoje vejo algumas pessoas a fazerem com Diabo. (...) E não era só Gaiteiros. O Carlos Bica tinha aquele Trio Azul de que eu era grande fã, o Jorge Palma estava numa fase de muitos concertos e eu costumava ver, os Zen, uma banda que me influenciou bastante ao vivo e que via com frequência. Nós costumávamos fazer umas festas entre amigos em Aveiro e de vez em quando eu lançava uma música de Gaiteiros quando o pessoal já estava bastante com os copos, assim às 6 da manhã, e aconteciam coisas. Pá, parecia aquele teledisco dos anos 80 em que há uns gajos a saltar e depois há duendes e anões, aquilo era muito louco. E então aquilo sugeria uma certa música que se podia fazer e isso era Diabo na Cruz.»

Jorge Cruz a solo?
«Falar sobre isso é curioso, porque é um bom segredo que eu vou guardando comigo mas não tenho assim nenhuma aspiração muito especial acerca disso. Mas tenho muito material que só poderia ser feito por mim numa situação qualquer em que eu não estivesse preocupado com vender mais do que 100 discos, portanto qualquer dia se calhar pode sair cá para fora.»

As escolhas musicais de Jorge Cruz:

Amélia Muge — O Pastorinho
«Esse disco, Todos os Dias, é um disco demasiado raro, não o encontro em muitos sítios, é um disco que não consigo encontrar em vinil, e eu sou um coleccionador de vinil. É um dos melhores discos da música portuguesa.»

DIIV — Under The Sun
«Eu gosto da música, é uma coisa um bocado simples, mas é giro porque como Diabo ou outras bandas misturam 3 ou 4 referências. Diabo é um bocado mais complicado dessa maneira (risos), mas no caso deles misturam coisas que eu acho que não tinham muita ligação entre elas antes de eles mexerem. Neste caso é muito The Cure em termos de guitarra mas depois tem um lado Nirvana muito notório e depois tem coisas de kraut-rock que eu gosto muito de ouvir dos Can ou Neu!. É um pessoal de Nova Iorque. Se calhar mete-se demasiado nas drogas para a sua própria saúde, mas o disco é muito bom.»

Sturgill Simpson — Life Of Sin
«Eu diria que o Sturgill Simpson, com o Jason Isbell dos Drive-By Truckers, são neste momento as duas grandes esperanças da country americana. A country mais alternativa, não tanto aquela country comercial que vende milhares de discos, que aliás com o hip-hop são as grandes indústrias musicais na América. O Sturgill supostamente é influenciado por gajos como o Waylon Jennings e o Johnny Cash, portanto aquilo a que se chama outlaw music, música de forasteiros, aquela música de cobóis country. Eu gosto muito de country e o country está muito mais na linha da frente das coisas do que a gente pode imaginar. Influencia-me bastante, principalmente em termos de escrita. É se calhar onde a escrita para canções está mais evoluída hoje em dia na música. E não estou a falar de produção nem de melodia, estou a falar de letras. E este rapaz fez um álbum de country psicadélico em que fala basicamente sobre a época em que não tinha concertos e fumava demasiada ganza, só que depois viaja por noções estratosféricas sobre o que é o sentido da vida e esta canção é um bom exemplo do que ele faz. Estás a ver aquelas sapatilhas, as Paez? Tipo essse tipo de sapatilha de pano e umas calcinhas de ganga, ele é uma espécie de Vampire Weekend da country, um hipsterzinho normal só que roots rock mesmo a sério. Portanto é outra geração, é uma nova maneira de fazer.»

Jorge Cruz em entrevista na Antena 3

Jorge Cruz esteve hoje nas Manhãs da 3 a promover o EP Saias:


«Eu gosto de escrever sobre coisas que permaneçam na vida. De vez em quando vale a pena também citar aquilo que está a acontecer agora e que não vai ser assim daqui a algum tempo. Mas saias haverá sempre, árvores haverá sempre e passarinhos também. Essa sensação de perceber melhor o nascer do dia e o pôr-do-sol, estar em contacto com coisas essenciais, para mim é muito importante.»
«O verdadeiro sol-e-dó (embora aqui seja um Lá Ré) é o que inspira o início de Diabo na Cruz, esse lado meio chula, popular. E depois o lado de beat band, em que Saias se transforma, meio anos 50, meio aquela cena rock'n'roll que a banda também é, acho que é uma música que representa bem a ideia da banda desde o início.»
«Diabo é uma banda que toca em sítios tipo Sabugal ou Fornos de Algodres. Essas pessoas estão a viver exactamente a mesma coisa que as pessoas aqui em Lisboa estão a viver. Vivemos num tempo em que estamos ligados à net e as coisas estão a acontecer em simultâneo. O Kendrick Lamar lança uma mixtape e toda a gente ouve no interior de Portugal no mesmo dia que em Nova Iorque.»

«Tentar provocar as ideias saloias é parte do ADN de Diabo. Havia uma certa herança de que a música portuguesa era triste. Diabo tentou sempre dar uma outra imagem da música portuguesa, procurar outras imagens, outras memórias. E também na relação que temos com o nosso público procurar outras memórias, quer nas vidas deles, quer nas nossas, para anos que se passaram a festejar música portuguesa.»

«Quem nos vir ao vivo sabe que é o único sítio onde pode ouvir aquele tipo de música no mundo inteiro. Não há mais nenhum sítio no mundo onde possam ouvir aquele tipo de música nessa noite. A música que fazemos não vai haver em mais lado nenhum porque só estamos ali naquela noite.»

05 abril 2016

Saias EP já disponível

álbum homónimo de Diabo na Cruz está de regresso às lojas e em boa companhia. A reedição do álbum conta agora com o EP Saias como oferta. Podem encontrar o CD+EP à venda nas lojas Fnac por apenas 7€.

O novo EP conta com 5 faixas e inclui o single Saias com nova mistura (João Bessa) e masterização (João Tereso), e Heróis da Vila, o novo tema que fez parte das sessões do álbum e que foi misturado por Benjamim.

No alinhamento do EP encontram ainda uma versão de Amélia ao vivo na Feira da Luz e duas recriações de Moça Esquiva: uma mais tradicional por Vasco Casais (Dazkarieh) e outra electrónica por Luso Beat (Manuel Pinheiro).

Saias (EP):
1. Saias (nova mistura de João Bessa)
2. Heróis da Vila (mistura de Benjamim)
3. Amélia (ao vivo na Feira da Luz)
4. Rusga Esquiva (recriação de Vasco Casais)
5. iMoça (remix de Luso Beat)

03 abril 2016

Concerto: Braga, 2 de Abril (reportagem)

O ComUM publicou uma reportagem (texto + fotos) sobre o concerto em Braga:
Diabo na Cruz e bracarenses dançam à chuva
“Finalmente, estamos em Braga. A chuva e vocês, sempre juntos” foram as primeiras palavras dos Diabo na Cruz assim que pisaram, este sábado, o palco da AGRO, no Parque de Exposições de Braga.

Era visível, nos assobios do público bracarense, a ânsia de ver Diabo a atuar. Depois do cancelamento do seu espetáculo em setembro, devido à chuva intensiva, a banda subiu ao Minho. E, desta vez, a condição meteorológica não foi um problema. (...)

“Luzia” trouxe com ela a chuva, algumas lágrimas e sorrisos ternurentos. O vocalista, Jorge Cruz, emocionado, agradeceu ao público dizendo que “Minho é Minho e é outra coisa”. (...)

Ao som de “Dona Ligeirinha”, “Vida de Estrada” e “Bico de um Prego”, a festa continuou com saltos e danças minhotas que envolveram pés e pernas na lama. No encore de “Vida de Estrada”, os entusiastas abandonaram o palco. Quando voltaram, aproveitaram para dizer, incrédulos com a persistência dos espectadores: “Vocês são rijos”. (...)

Concerto: Braga, 2 de Abril (vídeos)







Concerto: Braga, 2 de Abril (fotos)

Concerto molhado, concerto abençoado. Depois de um concerto cancelado em Setembro, o público de Braga teve a sua desforra com uma molha à moda de Braga. No primeiro concerto ao ar livre de 2016 de Diabo na Cruz, Braga cantou e dançou à chuva. "Minho é Minho e é outra coisa". Foi bonita a festa.

Fotografias de Ana Silva (ver galeria completa):

Fotografia de Vítor Guerra:


Fotografias de Anabela Castro (ver galeria completa):

Fotografias de Ana Dinis (ver galeria completa):